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Leak para-protético

Uma das disfunções protéticas relativamente comuns no acompanhamento dos pacientes mais complexos com valvopatia é a formação de uma regurgitação para protética ou mais comumente denominada de Leak.

Trata-se da formação de um caminho ou pertuito entre o anél protético e a parede de tecido cardíaco. Ela surge devido a um enfraquecimento dessa região, ocasionada pela deiscência de um ponto de sutura, por processo infeccioso ou por tecido cardíaco friável.

Como é um processo que ocorre fora da prótese, é considerada uma disfunção protética do tipo deterioração não estrutural e a lesão resultante é do tipo regurgitativa. Assim, o paciente experimenta uma sobrecarga de volume, como uma insuficiência em valva nativa, seja ela mitral ou aórtica.

Clinicamente são pacientes que se apresentam de duas formas, ou com franca insuficiência cardíaca, ou com quadros de hemólise francamente significativa. Leaks de pequena intensidade, caso não gerem hemólise, não apresentam impacto na curva de sobrevida, mas a partir do momento que o grau é de moderado em diante, há claro impacto negativo nesses pacientes.

Quadros associados a eventos infecciosos são mais complexos e demandam acompanhamento diferenciado com o tratamento da endocardite sendo o foco principal.

Assim, de forma geral, a intervenção nesse grupo de pacientes ocorre nos seguintes cenários:

  • Hemólise clinicamente significativa
  • Insuficiência Cardíaca > CF II
  • Queda da fração de ejeção

 

A hemólise, para ser considerada clinicamente significativa deve ter queda dos níveis de hemoglobina. Não existe hemólise significativa com hemoglobina em níveis normais.

Uma vez que encontremos queda nesses níveis hematimétricos, partimos para uma investigação mais a fundo sobre a etiologia da anemia. Para determinarmos que se trata de um quadro de hemólise, devemos encontrar:

  • Bilirrubina indireta elevada
  • Reticulócito elevado
  • Haptoblobina reduzida
  • DHL elevado

 

Assim, diante de um paciente com presença de Leak para protético, seja de qualquer gravidade e em qualquer topografia, um quadro sugestivo de anemia hemolítica, a intervenção, que discutiremos adiante, está indicada.

Literatura Sugerida:
1 – Braunwald, Eugene. Tratado de medicina cardiovascular. 10ª ed. São Paulo: roca, 2017. v.1 e v.2.

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