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Mismatch Aórtico

TAVI vs SAVR

A desproporção entre a prótese e o paciente tem sido descrita desde a década de 70 do último século e é mais frequente em cirurgias de troca valvar aórtica. Encontramos na literatura esse evento com o nome de mismatch e dados populacionais nos apontam para uma prevalência de mismatch moderado de 34% e grave de 10%, demonstrando que conhecer essa condição é fundamental para saber identificar e manejar.

Além de termos um impacto na sobrevida, a ocorrência de mismatch leva a um remodelamento reverso menor, mantendo vários pontos desfavorávels que encontrávamos na elevada pós-carga vivenciada pelos pacientes com estenose aórtica.

Além disso, as forças de cisalhamento do sangue ao passar por uma prótese menor do que o necessário leva a uma aceleração na velocidade de deterioração da bioprótese.

Quando comparado ao TAVI, a ocorrência de mismatch é menor do que o habitual na cirurgia convencional. As razões para explicar esse achado são diversas.

Para o TAVI, o screening pré-procedimento e o detalhamento do aparato valvar aórtico através da tomografia de coração e também da ecocardiografia tridimensional levam a uma escolha mais assertiva no tamanho do dispositivo a ser implantado.

Além disso, o desenho estrutural das próteses transcateter trazem um perfil hemodinâmico mais adequado, com maiores áreas efetivas e gradientes transprotéticos menores.

Diante de todos esses achados, pacientes que apresentam anel aórtico reduzido, principalmente aqueles com diâmetro médio abaixo de 20mm, se beneficiam sobremaneira do implante do TAVI, principalmente aqueles com tecnologia para implante dos folhetos supra anulares.

Observando populações orientais, vemos que pacientes com baixa estatura que vão para cirurgia convencional apresentam risco aumentado de mismatch, mas se a programação for para TAVI, esse risco se reduz, embora apareça uma maior taxa de outras complicações, principalmente vasculares, devido aos acessos vasculares desafiadores nesse grupo de pacientes.

Nesse contexto o maior risco dessa desproporção está nos pacientes de baixa estatura, mas que apresentam IMC elevado, levando a uma alta demanda de fluxo sanguíneo na presença de um anel aórtico reduzido.

Nesses casos, todo o cuidado e programação pré-procedimento são essenciais para uma terapêutica adequada e que não deixe esse grave efeito residual negativo.

Literatura Sugerida: 

1 – Prendergast BD, McConkey HZR. Patient-Prosthesis Mismatch After Aortic Valve Intervention: Another Win for Transcatheter Aortic Valve Replacement. JACC Cardiovasc Interv. 2018 Apr 23;11(8):781-783. 

 

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