MitraClip na IM funcional
Seu paciente tem uma insuficiência mitral funcional… Vai encaminha-lo ao hemodinamicista para implantar um MitraClip?
Seu paciente tem uma insuficiência mitral funcional… Vai encaminha-lo ao hemodinamicista para implantar um MitraClip?
Insuficiência mitral (IM) secundária é um grande desafio para o médico cardiologista, visto não se tratar exclusivamente de uma doença valvar, mas muitas vezes, doença do miocárdio. Por ser multifatorial, o acompanhamento é diverso e muitos tratamentos intervencionistas foram tentados. Quando buscamos na literatura internacional, o device com melhores resultados é o MitraClip e a discussão sobre o tema se intensificou após a publicação no final de 2018 do COAPT e do MITRA-FR.
Numa análise erroneamente superficial, parecem se tratar de pacientes muito semelhantes o que gerou muita discussão, pois os resultados das duas publicações foram muito diferentes. As razões para isso são encontradas quando “dissecamos” os pacientes selecionados, tanto clinicamente, quanto “ecocardiograficamente”.
O COAPT demonstrou dados muito positivos nos pacientes com IM secundária, com tratamento clínico otimizado e que foram submetidos ao implante do MitraClip quando comparados àqueles com apenas tratamento clínico otimizado. No desfecho reinternação por IC em 2 anos, o grupo que implantou o device apresentou menor incidência (35,8% vs. 67,9%), ocorrendo também o mesmo achado na mortalidade (29,1% vs 46,1%). Já no MITRA-FR esses desfechos não se mostraram superiores no grupo de implante. Quais seriam então as justificativas?
No COAPT temos como NNT para reinternação de 3,1 e de mortalidade de 5,9, que são resultados excelentes, mas com implante de 1,7 clips em média (tratamento de elevado custo…). Também se viu que houve redução do volume diastólico final nos pacientes tratados com MitraClip e aumento desse volume naqueles não tratados ao longo de 2 anos. Vale ressaltar que a incidência de ocorrência de algum desfecho ao longo do ano nesses pacientes é alta tanto no grupo com device, quanto no grupo sem o device, pois a doença miocárdica é avançada e por si só, traz grande morbimortalidade.
Literatura recomendada
1- Stone GW, Lindenfeld J, Abraham WT, et al; COAPT Investigators. Transcatheter Mitral-Valve Repair in Patients with Heart Failure. N Engl J Med. 2018 Dec 13;379(24):2307-2318.
2- Obadia JF, Messika-Zeitoun D, Leurent G, et al. MITRA-FR Investigators. Percutaneous Repair or Medical Treatment for Secondary Mitral Regurgitation. N Engl J Med. 2018 Dec 13;379(24):2297-2306.
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2 Comments
Ótimo artigo, parabéns pela iniciativa de criação do site.
Gostaria de saber se vocês têm algum caso da associação dos dois procedimentos (mitraClip+TAVI) em um só tempo, em portador de valvulopatia mitro-aortica, ambas com indicação de intervenção.
Obrigada!
Olá Silvana, obrigado pelo comentário!
Casos como esse que você pergunta são interessantes, pois estenose aórtica é comumente associada a outras valvopatias, como a insuficiência mitral. Temos relatos de pacientes que se submeteram aos dois procedimentos conjuntamente, mas diante do que encontramos na literatura, a insuficiência mitral tende a melhorar após o TAVI, devido a uma redução brusca na pós-carga do VE e remodelamento reverso. Dessa forma, optamos, de forma geral, por realizar o TAVI e acompanhar por alguns meses observando o comportamento do refluxo mitral. Em caso de melhora, mantemos em acompanhamento clínico, se o refluxo se mantém e os sintomas nos convencem, procedemos o tratamento percutâneo da insuficiência mitral.
Especificamente respondendo sua pergunta, temos no grupo caso de correção simultânea, mas atualmente é quase que padrão fazer os procedimentos distantes segundo essa orientação acima.
Abraços