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O Método Clínico

Anamnese – Parte 1

 

Quando avaliamos pacientes com suspeita de doença cardíaca estrutural, desde a identificação já podemos tirar informações valiosas para a investigação. Com relação à idade, nas crianças e adolescentes, as suspeitas aumentam em relação a etiologias congênitas ou acometimento reumático, seja ele agudo ou até mesmo crônico.

 

Idade

 

O pico do acometimento da febre reumática aguda se dá próximo dos 15 anos, mas indivíduos mais jovens podem apresentar a enfermidade, principalmente em locais com alta endemicidade e circulação frequente de cepas reumatogênicas do estretptococos.

Outros acometimentos costumam se dar em outras fases da vida. Envolvimento da valva aórtica por exemplo, em caso de valva bivalvar, idades jovens podem estar acometidas, mas em casos funcionais, com dilatação da raiz da aorta, é de se esperar indivíduos mais velhos, com idade acima de 50 anos, pois é o tempo necessário para o desenvolvimento da dilatação em pacientes que não controlam adequadamente os níveis pressóricos.

A insuficiência mitral funcional pode estar presente em diversas etapas da vida do indivíduo, a depender mais especificamente da causa em si. Quadros de miocardite viral podem ocorrer desde cedo, mas miocardiopatia isquêmica tem maior prevalência também depois dos 50 anos de idade.

 

Sexo

 

A avaliação do sexo do paciente é importante, visto que diversas patologias apresentam prevalência distinta. Bem verdade que a avaliação do sexo não é como da idade, mas pode ajudar a aumentarem as suspeitas.

Mulheres apresentam uma maior incidência de envolvimento reumático da valva mitral, mesmo que ambos os sexos tenham a mesma prevalência de quadros agudos. Aparentemente, o sexo feminino, uma vez tendo desenvolvido a febre reumática, evolui com maior facilidade para lesões crônicas do tipo estenose na valva mitral.

 

Raça

 

A avaliação da raça pelo clínico se baseia principalmente pela cor da pele, mas mesmo assim, alguns insights podem ser extraídos. Em negros, podemos encontrar pressões arteriais mais elevadas e refratárias ao tratamento clínico, elevando a prevalência de insuficiência aórtica secundária, ou miocardiopatia hipertensiva levando a uma possível insuficiência mitral funcional.

Literatura Sugerida:
1 – Bignoto, Tiago. Valve Basics – Valvopatia do Básico ao Avançado. 1ª ed. São Paulo: The Valve Club, 2021.

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