O Método Clínico

Palpitação

A palpitação é a percepção incômoda dos batimentos cardíacos. Nem sempre é patológica, podendo ocorrer em momentos de exercícios ou de emoções mais fortes, por exemplo.

A palpitação pode ser relatada pelo paciente como uma sensação de “batedeira”. Pode acontecer por uma elevação repentina da frequência cardíaca, por exemplo, ainda que a frequência siga em ritmo regular. A simples oscilação rápida na frequência pode ser a causa da sintomatologia.

A grande maioria dos pacientes portadores de valvopatias apresentam instabilidades elétricas, pelo menos atrial. Além de ectopias isoladas, alguns pacientes podem desenvolver eventos de taquicardia paroxística.

A discussão sobre palpitação deve ir mais a fundo, pois pode ser um espectro amplo de alterações. Desde indivíduos que não apresentam arritmias até aqueles com eventos ventriculares malignos com real chance de morte súbita.

Sobrecargas, tanto pressóricas quanto volumétricas dos átrios podem levar a dilatações e alterações da condução elétrica. Em estágios mais avançados, o desenvolvimento de uma fibrilação atrial é possível, com impacto negativo claro na sobrevida e sintomatologia dos pacientes.

Dentro do mundo das valvopatias, cabe ressaltar que pacientes com prolapso de valva mitral merecem atenção especial nessa parte do texto. São indivíduos que podem apresentar sobrecarga volumétrica do átrio quando existe regurgitação, mas nem sem isso acontece.

Determinados indivíduos podem apresentar instabilidade elétrica atrial mesmo na ausência de sobrecarga do átrio esquerdo. São fenótipos diferenciados de uma síndrome arrítmica do prolapso da valva mitral.

Em casos mais avançados, podemos encontrar arritmias de origem ventricular em casos com fibrose de músculo papilar e disjunção de anel mitral. Nesse grupo de pacientes, uma queixa de palpitação deve suscitar preocupação maior e investigação mais aprofundada.