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Próteses Mecânicas

De forma geral, essa denominação sempre se referia a próteses constituídas de ligas metálicas, mas atualmente esse composto sofreu alterações para estruturas mais resistentes e duráveis e com menor poder trombogênico que é, sem sombra de dúvidas, a maior complicação a ser manejada nessa situação.

Como características gerais, as próteses mecânicas são marcadas pela durabilidade e excelente perfil hemodinâmico, quando analisados gradientes transprotéticos e área efetiva de fluxo, ou mais simplesmente área valvar da prótese (Essa denominação pode ser levada como inadequada, visto que área valvar existir, teoricamente em valvas nativas, mas acabamos vendo o uso dessa expressão no dia a dia da cardiologia).

Dividimos as próteses mecânicas nos seguintes tipos:

  • Valva esférica sendo a bola-gaiola o exemplo máximo
  • Disco oscilante
  • Duplo disco

Atualmente há completo predomínio das próteses duplo disco, pois são menos volumosas, apresentam perfil de implante mais baixo e entregam um perfil hemodinâmico melhor, com menores gradientes e uma área efetiva de fluxo maior, quando comparara com as outras de sua classe com mesmo diâmetro de implante.

Esses dispositivos são revestidos com carbono pirolítico que apresentam cargas elétricas que reduzem a trombogenicidade do material, situação fundamental quando escolhemos o implante dessa prótese.

No entanto ainda encontramos no mercado próteses de disco oscilante, com sutura em anel de teflon e com disco em pivô. Aparentemente apresenta trombogenicidade reduzida.

Todos os dispositivos mecânicos utilizados apresentam um grau de refluxo considerado fisiológico. Da mesma forma, o termo fisiológico só deveria ser utilizado para valvas nativas, mas aqui aponta para uma regurgitação central desenvolvida e esperada pelo fabricante. Em geral, há retorno de 5-10 mL/batimento e isso traz algum benefício à dinâmica da prótese. 

Aparentemente uma regurgitação central de pequena monta é suficiente para “lavar” a superfície mecânica da prótese e impedir que grumos plaquetários se acumulem, iniciando o processo de trombose e deterioração do dispositivo. Assim, nas imagens dos aparelhos mais sofisticados, sempre visualizaremos um pequeno refluxo de grau mínimo e isso é “fisiológico”.

Lembrando também que a ausculta cardíaca desses dispositivos guarda determinadas peculiaridades. Todos apresentam, em algum grau, um clique metálico, exceto a bola-gaiola. Como todas as próteses, sejam elas mecânicas ou biológicas, apresentam algum grau de estenose, haverá sempre a ausculta de um sopro. A característica exata dessa ausculta é distinta de prótese para prótese e apenas a experiência vai lhe dar essa percepção. 

Assim, de forma geral, a orientação é focar nos cliques metálicos quando o dispositivo os produz, para estimar a possibilidade de disfunção e mobilidade inadequada de algum elemento móvel e no grau do sopro, que normalmente não deveria exceder duas cruzes em seis. Situações de mismatch, ou seja, uma desproporção prótese paciente, que é quando implantamos uma prótese pequena para o tamanho e grau de fluxo sanguíneo do paciente, podem apresentar sopros com intensidades maiores do que o esperado, motivando uma avaliação complementar com métodos de imagem.

Literatura Sugerida:
1 – Braunwald, Eugene. Tratado de medicina cardiovascular. 10ª ed. São Paulo: roca, 2017. v.1 e v.2. 

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