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Strain na Insuficiência Aórtica

Strain na Insuficiência Aórtica

Aplicabilidade Clínica

Muito discutimos sobre o uso de ferramentas multiparamétricas na ecocardiografia para estimarmos desfechos na estenose aórtica e, inclusive, temos valores bem estabelecidos na literatura com algumas ferramentas.

Essa é a atual situação do strain longitudinal, que já consta nas diretrizes como um dos parâmetros que podemos utilizar para melhor estratificar uma possível repercussão na função sistólica do ventrículo esquerdo. Esse é um parâmetro muito mais sensível do que a fração de ejeção e pode ser fundamental numa correta indicação em intervenção precoce.

Quando analisamos a insuficiência aórtica, as atuais diretrizes apontam para uma correta indicação de intervenção em casos de lesão importante acompanhada de sintomas ou de repercussão hemodinâmica, como grandes dilatações cavitárias ou queda na fração de ejeção.

Nesse contexto, a análise de pacientes assintomáticos e com fração de ejeção preservada passa a ser um desafio, pois um descuido ou mesmo um seguimento inadequado pode ser decisivo para perder o timing ideal de uma intervenção.

Como o estado compensado da insuficiência aórtica convive com elevadas pré e pós-cargas, a aplicabilidade clínica do strain nesse tipo de sobrecarga faz sentido e essa avaliação foi realizada em algumas publicações.

De forma semelhante à estenose isolada, o valor de corte do strain foi estimado para a lesão do tipo regurgitativa em 19%. Indivíduos que foram encaminhados para intervenção com valores de strain abaixo de 19% apresentaram menor sobrevida futura.

E ainda, uma oscilação negativa do valor do strain no acompanhamento de 5% também esteve correlacionado a maior mortalidade.

É necessário ressaltar que uma indicação cirúrgica baseada em variação do strain só pode ser cogitada em centros de elevada expertise e com mortalidade cirúrgica extremamente reduzida. Mais do que isso, o paciente deve ser considerado de baixo risco cirúrgico pelos escores e por avaliação rigorosa de Heart Team.

O que fica dessa discussão não é a certeza de um valor de corte tão preciso, mas conhecer que o método tem clara aplicabilidade nessa coorte também e pode servir de ferramenta no dia a dia do cardiologista, para poder auxiliar na decisão clínica mais adequada.

Literatura Sugerida: 

1- Doukky R, Golzar Y. Straining for New Prognostic Predictors in Asymptomatic Severe Aortic Regurgitation. JACC Cardiovasc Imaging. 2020 Jan;13(1 Pt 1):22-24.

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