Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. As primeiras cepas do vírus humano foram isoladas em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus em decorrência do perfil na microscopia parecendo uma coroa.
Este vírus provoca a doença chamada de COVID-19, do inglês coronavirus disease 2019. A pandemia de COVID-19 é uma pandemia em curso, uma doença respiratória aguda causada pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2). A doença foi identificada pela primeira vez em Wuhan, na província de Hubei, República Popular da China, em 1 de dezembro de 2019, mas o primeiro caso foi reportado em 31 de dezembro do mesmo ano.
Acredita-se que o vírus tenha uma origem zoonótica, porque os primeiros casos confirmados tinham principalmente ligações ao Mercado Atacadista de Frutos do Mar de Huanan. Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou o surto uma pandemia.
Atualmente segundo dados do World Meters (https://www.worldometers.info/coronavirus/) temos um total de 2.498.474,00 casos confirmados em todo o mundo com aproximadamente 171 mil mortes pela doença. No Brasil contamos com um total de 40 mil casos com quase 3000 mil óbitos de acordo com as últimas atualizações.
As doenças cardiovasculares estão entre as que mais matam no mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde podem chegar a 35 milhões de óbitos em 2020, e independente da Pandemia elas continuarão a ceifar muitas vidas. As valvopatias fazem parte desse universo das doenças do coração, e este momento é oportuno para abordagem por uma série de fatores, porque essas doenças tornam os pacientes portadores mais susceptíveis as complicações da infecção por COVID-19 ou mesmo sendo um fator confundidor.
Eventualmente um paciente de consultório manda uma mensagem: “Doutor tenho estenose mitral e minha falta de ar piorou muitos esses dias, para completar ainda estou resfriado e com febre”. Situações como essa e em outras valvopatias que cursam com dispneia precisam deixar os cardiologistas atentos para diferenciar entre uma descompensação da cardiopatia de base, um processo infecioso como uma endocadite infecciosa ou uma síndrome gripal sobreposta em um paciente susceptível.
Na prática diária nós editores deste site temos vivenciado situações como essas e perante a experiência trazemos alguns dados importantes para ajudar o leitor na condução dos casos. Primeiramente saber se a sintomatologia do paciente estava controlada com as medicações e a descompensação ocorreu imediatamente após o quadro infeccioso. Alguns exames como um simples hemograma e PCR ajudam na avaliação e direcionamento do raciocínio.
A dosagem do BNP que sempre foi um valioso aliado nos casos de avaliação de dispneia de etiologia cardíaca x pulmonar pode ser um confundidor nessas, pois doenças como COVID-19 e até mesmo Dengue podem alterar este marcador, além de ser considerado um marcador de mau prognóstico nas duas primeiras situações relatadas. O raio X de tórax que sempre ajudou na avaliação cardiovascular e em casos de pneumonias lobares por germes típicos como Streptococcus pneumoniae não ajudará a diferenciar de COVID-19, sendo a Tomografia de Tórax o padrão ouro na avaliação desta última, com o achado característico de vidro foco periférico.
É sempre válido um ecocardiograma quando abordamos um valvopata com febre frente a possibilidade de descatar uma vegetação na valva previamente doente. Eventualmente, solicitar que esses pacientes se desloquem ao consultório para uma avaliação talvez se faça necessário, em tempos onde o isolamento social é a regra, é de extrema importância evitar com que os pacientes saiam desnecessariamente de casa a procura de um Pronto Atendimento.
Lembrando das postagens do Valve Basics e de Estenose Mitral, sabemos que o esvaziamento do átrio esquerdo acontece na diástole e em toda situação de aumento da frequência cardíaca na presença dessa valvopatia teremos aumento da pressão atrial esquerda com transmissão dessa pressão paras a veias pulmonares e possível congestão com dispneia.
Então, em situações de dispneia, pensar que podemos estar diante de uma infecção grave por COVID-19, porém também pode ser estenose mitral, ou outra valvopatia com descompensação, ou as duas coisas. Em tempos de COVID-19, lembrem-se das doenças cardiovasculares, lembrem-se das valvopatias, lembrem-se da estenose mitral!!!!
Abordagem Tricúspide
20 de abril de 2020Etiologias das valvopatias – Parte III
22 de abril de 2020Valvopatias em tempos de Coronavírus
Manuel Felipe M. Santos, MD, MsC.
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. As primeiras cepas do vírus humano foram isoladas em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus em decorrência do perfil na microscopia parecendo uma coroa.
Este vírus provoca a doença chamada de COVID-19, do inglês coronavirus disease 2019. A pandemia de COVID-19 é uma pandemia em curso, uma doença respiratória aguda causada pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2). A doença foi identificada pela primeira vez em Wuhan, na província de Hubei, República Popular da China, em 1 de dezembro de 2019, mas o primeiro caso foi reportado em 31 de dezembro do mesmo ano.
Acredita-se que o vírus tenha uma origem zoonótica, porque os primeiros casos confirmados tinham principalmente ligações ao Mercado Atacadista de Frutos do Mar de Huanan. Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou o surto uma pandemia.
Atualmente segundo dados do World Meters (https://www.worldometers.info/coronavirus/) temos um total de 2.498.474,00 casos confirmados em todo o mundo com aproximadamente 171 mil mortes pela doença. No Brasil contamos com um total de 40 mil casos com quase 3000 mil óbitos de acordo com as últimas atualizações.
As doenças cardiovasculares estão entre as que mais matam no mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde podem chegar a 35 milhões de óbitos em 2020, e independente da Pandemia elas continuarão a ceifar muitas vidas. As valvopatias fazem parte desse universo das doenças do coração, e este momento é oportuno para abordagem por uma série de fatores, porque essas doenças tornam os pacientes portadores mais susceptíveis as complicações da infecção por COVID-19 ou mesmo sendo um fator confundidor.
Eventualmente um paciente de consultório manda uma mensagem: “Doutor tenho estenose mitral e minha falta de ar piorou muitos esses dias, para completar ainda estou resfriado e com febre”. Situações como essa e em outras valvopatias que cursam com dispneia precisam deixar os cardiologistas atentos para diferenciar entre uma descompensação da cardiopatia de base, um processo infecioso como uma endocadite infecciosa ou uma síndrome gripal sobreposta em um paciente susceptível.
Na prática diária nós editores deste site temos vivenciado situações como essas e perante a experiência trazemos alguns dados importantes para ajudar o leitor na condução dos casos. Primeiramente saber se a sintomatologia do paciente estava controlada com as medicações e a descompensação ocorreu imediatamente após o quadro infeccioso. Alguns exames como um simples hemograma e PCR ajudam na avaliação e direcionamento do raciocínio.
A dosagem do BNP que sempre foi um valioso aliado nos casos de avaliação de dispneia de etiologia cardíaca x pulmonar pode ser um confundidor nessas, pois doenças como COVID-19 e até mesmo Dengue podem alterar este marcador, além de ser considerado um marcador de mau prognóstico nas duas primeiras situações relatadas. O raio X de tórax que sempre ajudou na avaliação cardiovascular e em casos de pneumonias lobares por germes típicos como Streptococcus pneumoniae não ajudará a diferenciar de COVID-19, sendo a Tomografia de Tórax o padrão ouro na avaliação desta última, com o achado característico de vidro foco periférico.
É sempre válido um ecocardiograma quando abordamos um valvopata com febre frente a possibilidade de descatar uma vegetação na valva previamente doente. Eventualmente, solicitar que esses pacientes se desloquem ao consultório para uma avaliação talvez se faça necessário, em tempos onde o isolamento social é a regra, é de extrema importância evitar com que os pacientes saiam desnecessariamente de casa a procura de um Pronto Atendimento.
Lembrando das postagens do Valve Basics e de Estenose Mitral, sabemos que o esvaziamento do átrio esquerdo acontece na diástole e em toda situação de aumento da frequência cardíaca na presença dessa valvopatia teremos aumento da pressão atrial esquerda com transmissão dessa pressão paras a veias pulmonares e possível congestão com dispneia.
Então, em situações de dispneia, pensar que podemos estar diante de uma infecção grave por COVID-19, porém também pode ser estenose mitral, ou outra valvopatia com descompensação, ou as duas coisas. Em tempos de COVID-19, lembrem-se das doenças cardiovasculares, lembrem-se das valvopatias, lembrem-se da estenose mitral!!!!
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