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Febre Reumática

Além de todos os aspectos já abordados em nossa temporada até aqui, vamos passar agora a discutir com vocês os achados laboratoriais que complementam o diagnóstico e podem apontar para detalhes prognósticos dos pacientes acometidos com febre reumática.

Achados Laboratoriais

Marcadores séricos não são específicos para a febre reumática e, em geral, apontam para uma atividade inflamatória sistêmica. Assim, em surtos de febre reumática, espera-se que encontremos valores elevados de PCR e VHS, mas que mais servem para guiar a gravidade da resposta inflamatória do que um marcador propriamente dito.

Em vista do início tardio da Coreia, reagentes da fase aguda podem não estar mais positivos.

Na eletrocardiografia podemos ter a presença de uma taquicardia sinusal devido ao processo inflamatório e febril. Casos de bradicardia são raros, mas o BAV de 1º grau é frequente. Bloqueios mais avançados são possíveis, mas menos comuns e não guardam correlação com a gravidade da cardite. O bloqueio é secundário à inflamação e edema e pode ter participação de uma resposta vagal inadequada.

Alargamento do intervalo QT é reconhecido e alguns pacientes podem evoluir com apresentação de Torsades de Pointes e parada cardíaca. Esse achado e a dispersão do intervalo QT são associados a cardite reumática aguda.

A identificação de uma amigdalite bacteriana é possível através de cultura de secreção da orofaringe ou através de testes rápidos imunológicos. No entanto, são caros e de difícil obtenção. Assim, diante de um quadro clínico de faringoamigdalite supostamente bacteriana a recomendação é tratamento antibiótico adequado.

Como dito anteriormente, a dosagem de ASLO foi, durante muito tempo, interpretada de forma errônea por diversos médicos. Ele não conta como um critério para o diagnóstico de febre reumática, mas a documentação de uma infecção pelo estreptococcus é necessária para se estabelecer a correlação fisiopatológica. Assim, valores positivos de ASLO apenas significam que o indivíduo teve contato com a bactéria em questão e nada mais pode ser inferido. Da mesma forma, valores negativos não excluem completamente o diagnóstico, pois 20% dos casos podem já ter baixado os níveis séricos no momento da dosagem.

Literatura Sugerida:
1 – Braunwald, Eugene. Tratado de medicina cardiovascular. 10ª ed. São Paulo: roca, 2017. v.1 e v.2.

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