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Insuficiência Tricúspide Funcional

Insuficiência Tricúspide Funcional

Nova avaliação

Em tempos passados, a disfunção de uma valva átrio-ventricular por alteração da geometria ventricular era mais apontada como um marcador de evolução da doença do que propriamente dita uma patologia em si. 

No entanto, diversos estudos surgiram e, incialmente na mitral, a presença de uma regurgitação elevada, mesmo que funcional, mostrava que o paciente evoluía pior e, em alguns casos, a intervenção poderia ser interessante nesse contexto.

Assim, diversos métodos de imagem passaram a ser aplicados a esses indivíduos com o intuito de identificar aqueles que seriam um grupo a indicar intervenção e, dessa forma, a estratificação da gravidade da lesão acabou sendo melhor compreendida, inclusive com os novos conceitos de proporcionalidade.

Para a valva tricúspide, experimentamos uma evolução semelhante, em que de esquecida, passou a ser determinante em determinadas intervenções. Hoje, uma regurgitação tricúspide funcional concomitante a outra lesão deve ser, obrigatoriamente, abordada no mesmo tempo cirúrgico e há diversas publicações que versam sobre a intervenção transcateter isolada nessa etiologia funcional.

Assim compreender melhor a gravidade e os detalhes anatômicos e funcionais da valva tricúspide passaram a ser de interesse científico internacional.

De forma prática, a avaliação da valva tricúspide é feita pela ecocardiografia, mesmo que saibamos de suas limitações. Para tentar mitigar esse impacto negativo em uma adequada avaliação, é proposta uma abordagem multimodalidade, ou seja, diversos métodos são utilizados de forma concomitante para que o ecocardiografista possa classificar com maior precisão o estágio da lesão funcional da valva tricúspide.

Focados nos pacientes que apresentam real impacto na sobrevida, sugeriu-se uma nova forma de estratificação da lesão acima do moderado. Inicialmente era observado o valor da vena contracta que separava entre indivíduos com IT moderada ou maior, sendo o corte de 7mm. Dentre aqueles com Vena acima de 7, ao se observar os valores do ERO, classificava como IT grave aqueles com ERO abaixo de 0,8cm2. Casos que evoluíam com progressão ainda maior, eram classificados como IT torrencial quando apresentavam ERO maior do que 0,8cm2.

Uma explicação para essa ordem proposta de rastreio é a alteração anatômica encontrada nos pacientes com IT funcional. Por apresentar uma dilatação de anel mais pronunciada no eixo ântero-posterior, encontramos mais uma elevação nos valores do ERO do que da largura latero-septal da vena contracta, deixando o ERO mais impactado por grandes regurgitações.

O que temos atualmente é que a clássica graduação em discreta, moderada e importante, na insuficiência tricúspide, pode estar ganhando mais alguns níveis superiores, sendo mais propício começar com a classificação torrencial.

Dados que corroboram a necessidade dessa nova estratificação mostram que aqueles que foram classificados como torrencial apresentam mortalidade de 25%, apontando para ser um grupo realmente mais grave e com pior evolução.

Literatura Sugerida: 1 – Fortuni F, Dietz MF, Prihadi EA, et al. Prognostic Implications of a Novel Algorithm to Grade Secondary Tricuspid Regurgitation. JACC Cardiovasc Imaging. 2021 Feb 2:S1936-878X(20)31099-8.

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