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Função Sistólica na Estenose Aórtica

Função Sistólica na Estenose Aórtica

Mais importante do que FEVE?

O comportamento esperado do ventrículo esquerdo diante de uma estenose aórtica é a hipertrofia concêntrica que surge para manter os níveis de pressão na parede em um processo compensatório.

Alguns casos se apresentam com pós-carga desproporcionalmente elevada e podem evoluir com queda na fração de ejeção. Esses casos, assim que tratados adequadamente com a intervenção na valva aórtica podem recuperar-se da disfunção sistólica com elevação da fração de ejeção.

Cabe ressaltar que atualmente os pacientes que desenvolvem estenose aórtica costumam ser mais idosos e apresentar determinadas comorbidades concomitantes como hipertensão, dislipidemia e não raramente doença arterial coronariana.

Nesse contexto, em um paciente degenerativo aterosclerótico, não estaríamos diante de um processo de remodelamento distinto do habitual?

Tentando compreender a capacidade contrátil desses indivíduos, mesmo antes deles evoluírem para redução da área valvar abaixo de 1 cm2, alguns autores observam o espessamento da parede ventricular ao longo do ciclo cardíaco.

Correlacionando esse dado com o stress de parede (análise indireta da pós-carga), viu-se que aqueles que apresentavam queda no “poder contrátil” apresentavam, mesmo com fração de ejeção acima de 60%, evolução desfavorável.

Esses indivíduos também apresentavam, caracteristicamente uma parede relativamente mais espessa, cavidade e stroke volume reduzidos.

O grande interesse nesse método é que, diferente do strain que tenta trazer uma leitura semelhante, ele pode ser obtido em aparelhos mais simples e implantado, portanto, em larga escala para ajudar na estratificação de pacientes com estenose aórtica.

Dado que vale ser levantado é que impactos da hipertensão nesse grupo de pacientes não podem ser separados nessas análises, visto que a hipertrofia pode ser multifatorial. Isso é compreensível no acompanhamento após intervenção em que o remodelamento reverso tem comportamento distintos dentre esses pacientes.

Em contrapartida, aqueles com queda na fração de ejeção e essa análise de função sistólica preservada, tendem a recuperar a performance ventricular após a correção valvar.

Talvez em breve teremos uma abordagem para decisão de intervenção levando em conta não apenas sintomas e fração de ejeção, mas também um componente de função sistólica.

Literatura Sugerida:
1 – Aurigemma GP, Harrington CM. Left Ventricular Systolic Function and Outcome in Aortic Stenosis: The Long- and Short-Axis of it. JACC Cardiovasc Imaging. 2020 Feb;13(2 Pt 1):370-373.

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