Quadros de valvopatias concomitantes não são raros, mas acabam por ser mal estudadas cientificamente, pois torna-se difícil homogeneizar a população para buscarmos respostas de qualidade.
Um exemplo disso é a insuficiência mitral concomitante à insuficiência aórtica. Pacientes que apresentem sobrecarga volêmica por uma regurgitação aórtica importante, não costumam tolerar graus pequenos de insuficiência mitral, pois a pré-carga ficaria ainda maior nesse contexto.
Além de vermos repercussões hemodinâmicas ainda mais severas, com grandes dilatações das cavidades esquerdas e impacto direto do lado direito com hipertensão pulmonar e insuficiência tricúspide secundária, os métodos ecocardiográficos de quantificação que se valem dos valores volumétricos quase sempre não são acurados.
Talvez esse seja um tipo de paciente em que a avaliação conjunta com uma ressonância do coração seja proveitosa, tentando estratificar melhor o momento certo de pensar em intervenção.
Aqui valem algumas avaliações específicas. O tipo de insuficiência mitral nesse contexto impacta diretamente na curva de sobrevida. Em caso de insuficiência mitral primária, por exemplo por febre reumática, há agravamento do quadro, mas em caso de insuficiência mitral secundária à dilatação do ventrículo esquerdo, o impacto negativo é ainda maior.
O risco cirúrgico também segue esse raciocínio e, atualmente, não dispomos de valores de referência das repercussões hemodinâmicas para indicar intervenção quando o acometimento é multivalvar.
Casos ainda mais dramáticos são os que acometem, além da valva mitral de forma funcional, a valva tricúspide. Dessa forma, seguimos o mesmo raciocínio que existe para a estenose aórtica. Estágios mais avançados de repercussão hemodinâmica representam maior gravidade e sobrevida menor.
Um aspecto que parece ser consensual é que esse tipo de paciente deve ser conduzido em ambiente de Heart Team com elevada expertise. Podemos lançar mão de métodos avançados de imagem para tentar encontrar precocemente o ponto exato de intervir, como strain e análises multimodalidade.
A doença multivalvar ainda estará no centro dos debates futuros de Heart Team… Estejamos preparados.
Literatura Sugerida:
1 – Tribouilloy C, Bohbot Y, Unger P. Mitral Regurgitation in Patients With Severe Aortic Regurgitation: When Misery Loves Company. J Am Coll Cardiol. 2020 Jul 21;76(3):247-250.
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