Qual paciente irá evoluir?
Os consensos atuais sobre doenças valvares cardíacas instituem que a intervenção, de forma isolada, ocorra apenas em estágios C, a depender das repercussões hemodinâmicas, ou em estágios D. Pacientes estágios A e B devem manter acompanhamento clínico e entender qual deles pode evoluir ainda é um assunto controverso na literatura.
Outras valvopatias como estenose aórtica ou insuficiência mitral apresentam maiores estudos sobre a velocidade de progressão e eventuais deteriorações clínicas associadas.
Uma das causas mais comuns de insuficiência aórtica é a hipertensão arterial sistêmica descontrolada, que evolui com dilatação da aorta ascendente e do complexo aórtico. Essa dilatação, principalmente do anel aórtico e da junção sinotubular levam a uma incompetência valvar funcional e isso se correlaciona diretamente com a progressão da valvopatia em questão. Esses dois pontos anatômicos funcionariam como “2 stents” que protegeriam a competência valvar, ou seja, o acometimento isolado da aorta ascendente não costuma ter impacto na função da valva aórtica.
Aparentemente a presença apenas de HAS não estaria correlacionada a evolução da insuficiência aórtica, mas sim naquele grupo de pacientes que apresenta a repercussão hemodinâmica descrita acima de forma mais exuberante. Taxas de progressão acima de 10mL/ano do volume regurgitante estariam associados àqueles pacientes que poderiam evoluir com IAo importante em algum momento. De forma similar, valores de ERO que evoluíssem mais do que 0,04cm2/ano também seriam pacientes com risco aumentado. Nesse contexto, pacientes que evoluíram para os estágios mais avançados da doença também foram marcados com piora da classe funcional e da fração de ejeção.
Uma vez que o paciente tenha evoluído para estágios C ou D, o diâmetro sistólico final do ventrículo esquerdo indexado a superfície corpórea foi o preditor mais forte para desfechos negativos nesse grupo de pacientes (evoluíam para valores acima de 20mm/m2). Também é visto que aqueles que apresentam evolução mais rápida apresentam repercussão também na valva tricúspide, mas isso isoladamente não se mostrou preditor de mortalidade.
Diferente da estenose aórtica que ocorre por degeneração calcifica da valva, que é um processo progressivo, a insuficiência aórtica evolui menos com estágios avançados, já que se trata de repercussão por dilatação anatômica na maior parte das vezes.
De forma resumida, se o paciente com insuficiência aórtica está sendo acompanhado por você, observe atentamente a evolução do volume regurgitante e do ERO, bem como os diâmetros do anel valvar e da junção sinotubular. Se essas variáveis não apresentam grandes alterações como as descritas nesse texto, muito provavelmente esse paciente não irá evoluir de um estágio B pra C ou D. Uma vez que ele evolua, fique atento ao diâmetro sistólico final do ventrículo esquerdo.
Literatura recomendada
1 – Yang LT, Enriquez-Sarano M, Michelena HI, et al. Predictors of Progression in Patients With Stage B Aortic Regurgitation. J Am Coll Cardiol. 2019 Nov 19;74(20):2480-2492.
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