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Insuficiência Tricúspide

Insuficiência Tricúspide

A definição de insuficiência tricúspide é a falha em evitar o refluxo de sangue do interior do ventrículo direito para o átrio direito, durante a sístole ventricular. De forma fisiológica, um pequeno escape é esperado e, inclusive, é o que propicia a estimativa da pressão sistólica na artéria pulmonar, visto que através da velocidade máxima desse refluxo fisiológico, podemos utilizar a fórmula de Bernoulli modificada e estimar esse valor.

Sendo assim, para ser considerada com repercussão hemodinâmica, a insuficiência tricúspide deve ser ao menos moderada, ou seja, com orifício efetivo de refluxo maior do que 0,2cm2.

Exame Físico
O exame físico da insuficiência tricúspide é característico e deve sempre ser pesquisado em indivíduos com doença valvar, pois como vimos, é esperado que a insuficiência seja secundária a uma doença do lado esquerdo, que também tem suas manifestações semiológicas próprias.

Na inspeção, a alteração mais perceptível é a turgência jugular patológica, devido a elevação da pressão venosa nas câmaras direitas.

Podemos notar no tórax um impulso ventricular direito hiperdinâmico e dotado de empuxo. As pulsações hepáticas podem ser perceptíveis e geralmente são dolorosas. Quadros avançados, podem inclusive, cursar com cirrose hepática de origem cardiogênica.

A ausculta cardíaca nos revela um sopro holosistólico, contínuo, mais perceptível em foto tricuspídeo. A grande marca para a diferenciação desse sopro da valvopatia mitral é que, quando originado da disfunção valvar à direita, é extremamente variável com a respiração.

O sopro aumenta consideravelmente sua intensidade durante a inspiração profunda, pois nesse momento do ciclo respiratório, ocorre negativação da pressão dentro da caixa torácica, elevando assim o retorno venoso e aumentando o volume de sanguem que o ventrículo direito precisa manejar. Assim, com mais volume, ocorre maior regurgitação e, portanto, maior intensidade no sopro.

Na expiração forçada, ocorre o oposto, pois a pressão intratorácica se eleva reduzindo o retorno venoso e reduzindo assim o volume de regurgitação. O nome que damos a essa manobra é Rivero-Carballo e é a principal ferramenta semiológica que devemos lançar mão no exame físico do indivíduo com insuficiência tricúspide.

Qualquer manobra que altere o retorno venoso segue a mesma base fisiológica e deve ser interpretada da mesma forma, como elevação de membros ou manobra de valsalva.

Quadros mais avançados podem apresentar alterações compatíveis com insuficiência cardíaca direita, como presença de B3 do ventrículo direito. Quadros que cursam com presença de hipertensão arterial pulmonar apresentam P2 hiperfonética e devem chamar atenção para a etiologia em questão.

Literatura Sugerida:
1 – Otto CM, Bonow RO. A Valvular Heart Disease – A companion to Braunwald’s Heart Disease. Fourth Edition, 2014.

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