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Lesão concomitante

Lesão concomitante

Aórtica e Mitral

Pacientes com estenose aórtica e que apresentem repercussão com disfunção em valva mitral e até valva tricúspide são apontados claramente como mais evoluídos numa escala de gravidade da lesão valvar.

Quanto mais grave a lesão valvar e maior o tempo convivendo com essa situação, maiores as repercussões hemodinâmicas vistas e, por consequência, maior a repercussão nas valvas que lidariam com a sobrecarga gerada pela lesão inicial.

Observando uma regurgitação aórtica, vemos que também podemos encontrar repercussão nas outras valvas cardíacas, mas aparentemente o mecanismo acaba sendo diferente, pois agora a sobrecarga volêmica é uma determinante de dilatação e tração de cordas.

Em análises populacionais que apresentam a lesão aórtica do tipo regurgitativa, até 1/5 dos pacientes podem apresentar lesão mitral de grau ao menos moderado. Isso traz diversas repercussões que devem ser observadas pelo clínico experiente.

Inicialmente entender que a maioria dos casos de insuficiência mitral é de etiologia funcional faz entender que a repercussão da regurgitação aórtica pode ser o determinante para a disfunção valvar. 

Como era de se esperar e já foi abordado aqui na nossa plataforma, esse excesso de pré-carga leva a grandes repercussões e a mortalidade em lesões combinadas é superior aos indivíduos com lesão única.

Para assinalar que a repercussão hemodinâmica é um marcador de gravidade, indivíduos que apresentassem dilatação de átrio esquerdo ou fibrilação atrial tinham impacto negativo claro na curva de sobrevida. Nesse contexto, o átrio esquerdo só seria impacto caso a repercussão ultrapassasse a valva mitral, logo, mostrando estar em um estágio mais avançado.

Agora, quase que de forma óbvia, acometimento da valva tricúspide mostra ainda mais repercussão e, por consequência clara, maior morbimortalidade.

Vale ressaltar que quando a valva mitral está acometida, mas por afecção primária, o prognóstico em relação a lesão isolada é pior, mas se comparada a lesão mitral secundária a dilatação pela insuficiência aórtica, ainda apresenta melhores resultados no acompanhamento a longo prazo.

A lição que fica após compreender esses dados é que, assim como na estenose aórtica, os sinais de repercussão hemodinâmica devem ser avaliados e fazem total diferença para entendermos a gravidade da doença propondo um estadiamento mais refinado. Insuficiência mitral funcional é um marcador de doença avançada em uma insuficiência aórtica importante.

Literatura Sugerida: 1 – Yang LT, Enriquez-Sarano M, Scott CG, et al. Concomitant Mitral Regurgitation in Patients With Chronic Aortic Regurgitation. J Am Coll Cardiol. 2020 Jul 21;76(3):233-246. .

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