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Próteses Cardíacas

Chegamos a nossa sexta temporada do Valve Basics! Já estamos com mais de 1 ano e meio produzindo conteúdo de qualidade, sob uma perspectiva diferente. Explicar do simples ao complexo de tudo no mundo das valvopatias!

Já falamos das valvopatias de forma geral, para introduzir o leitor nesse fantástico mundo em expansão! Depois detalhamos cada grupo de valvopatias:

  • Aórtico
  • Mitral
  • Tricúspide

Na última temporada, abordamos aspectos de patologias específicas que acometem diversas valvas cardíacas, dando ênfase total da febre reumática. Agora abrimos uma nova temporada falando das próteses valvares.

Uma prótese valvar é o caminho final comum de quase todas as doenças que acometem as valvas. Isso é dito pela única razão que apontamos em todas as temporadas passadas: até o presente momento, não existe nenhuma medicação ou tratamento alternativo que tenha impacto na sobrevida de uma valvopatia importante e sintomática, nos restando apenas o caminho da intervenção.

Nesse caso, a intervenção pode ser por plastia valvar ou por troca valvar e aqui reside o foco da nossa temporada, a troca valvar que pode se dar de forma convencional, com esternotomia e circulação extracorpórea ou de forma menos invasiva, como nos tratamentos transcateteres.

Nem todo dispositivo implantado nas valvas do coração pode ser considerado uma prótese e por essa razão, não abordaremos determinados dispositivos como, como os anéis valvares, clips, dispositivos de bandagens e novos dispositivos.

Retomando o assunto, o implante de uma prótese, quando devidamente indicado, é responsável por clara e evidente melhora na curva de sobrevida. É a intervenção que realmente muda o curso normal da doença no mundo das Valvopatias.

Para termos essa noção, basta olharmos a curva da história natural da estenose aórtica já demonstrada por Braunwald desde a década de 60 do último século e após, enxergarmos como que o implante de um TAVI pode alterar essa evolução no decorrer dos próximos 10 anos de vida da população tratada por esse método.

Diversos são os serviços que no século passado se aventuraram, com seus cirurgiões cardíacos, a desenvolver dispositivos que substituíssem o funcionamento das valvas cardíacas disfuncionantes. Desde mecanismos bem simples como uma porta abre e fecha até a retirada de válvulas de outros animais e reconstrução para implante em humanos.

Assim, podemos classificar os dispositivos valvares nos seguintes tipos:

  • Próteses biológicas
  • Próteses mecânicas
  • Enxertos

Para entender sobre o acompanhamento desses dispositivos, é necessário compreender seu funcionamento em estado “normal” e “anormal”.

A avaliação ecocardiográfica das próteses é semelhante em muitos aspectos à avaliação das doenças das valvas nativas. No entanto, alguns aspectos diferentes devem ser levados em consideração. O primeiro passo é compreender a dinâmica de fluxo, desde seu desenho básico, até velocidades e proporção para o tamanho do dispositivo.

Outro ponto que não pode ser desconsiderado, é a possibilidade de sombras acústicas e artefatos, muito comuns na avaliação por imagem desses dispositivos. Aqui a referência não se limita apenas à ecocardiografia, mas também aos métodos multimodalidades.

Não é raro vermos avaliações pela tomografia serem quase que inviabilizadas por artefatos de próteses mecânicas e isso atrapalhar completamente a interpretação anatômica local. Ou ainda o cardiologista se deparar com uma cartinha do centro de diagnóstico perguntando se o paciente em questão pode realizar uma ressonância, visto ser portador de uma prótese mecânica.

Aqui já trazemos a primeira informação de valor dessa temporada. Sabemos que dispositivos metálicos contraindicam a realização de uma ressonância, pelo risco de deslocamento e aquecimento do dispositivo. No entanto, as próteses mecânicas novas, são constituídas de uma liga de material que não sofre influência do campo magnético criado pelo exame.

Próteses que foram implantadas da década de 90 em diante estão liberadas e não contraindicam a realização de ressonância magnética em qualquer parte do corpo. Já as mais antigas e sim, existem muitos pacientes com mais de 30 anos de implante de uma prótese mecânica, essas não podem realizar o exame diagnóstico e devem procurar outro método para avaliação.

Como estamos vivenciando uma crescente exponencial de implantes de dispositivos, conhecer esses detalhes de cada prótese, bem como seu comportamento e saber indicar uma nova intervenção no momento certo é uma habilidade que será obrigatória ao médico que pretenda manejar esse grupo de pacientes cada vez mais frequentes no dia a dia da medicina.

Literatura Sugerida:
1 – Braunwald, Eugene. Tratado de medicina cardiovascular. 10ª ed. São Paulo: roca, 2017. v.1 e v.2.

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