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Próteses Valvares

                                                                              Deterioração e Trombogenicidade – Parte I

Talvez a grande característica desse tipo de prótese valvar seja a durabilidade. Não é raro vermos indivíduos com mais de 20 anos de implante de prótese e funcionamento normal do dispositivo. Assim, indivíduos jovens são o público-alvo da indicação de implante de próteses mecânicas.

Como dito em postagens anteriores, recentemente, pudemos encontrar na literatura médica o relato de casos de pacientes com próteses bola-gaiola com mais de 50 anos de implante e normofuncionamento do dispositivo. Isso é complemente impossível com próteses biológicas com a tecnologia que dispomos atualmente e pode ser fundamental na sobrevida de determinado paciente.

Imagine a seguinte situação:

Um paciente jovem desenvolve febre reumática e evolui com disfunção importante de determinada valva nativa. Você indica a troca valvar, mas observa que o paciente está na terceira década de vida. Se implantar uma prótese biológica, provavelmente em 10-15 anos ele retornará com falência da bioprótese necessitando de nova abordagem. Agora você terá um indivíduo ao redor dos 30 anos necessitando de uma nova cirurgia cardíaca. 

Em caso de novo implante de bioprótese, ele provavelmente retornará ao redor dos 45 anos com nova disfunção protética e necessitando de nova abordagem. Lembrando que cada nova abordagem cirúrgica eleva o risco de desfechos negativos em 2-3 vezes.

Assim antes dos 50 anos de idade, temos um paciente que já realizou 3 abordagens cirúrgicas de alta complexidade, com impacto negativo claro em sua curva de sobrevida e que, quase que certamente, se resistir mais 15 anos de vida, voltará ao seu acompanhamento com nova disfunção de prótese.

Uma das formas de evitar essa cascata de evolução negativa inexorável é o implante, no primeiro procedimento, de uma prótese mecânica. Uma abordagem cirúrgica com um dispositivo que pode durar 50 anos poderia ser o suficiente para esse indivíduo e não traríamos tanta comorbidades associada.

No entanto, essa é uma decisão complexa, pois o implante desse dispositivo, por si só, já traz problemas que necessitam ser manejados corretamente e com extrema qualidade.

Literatura Sugerida:
1 – Braunwald, Eugene. Tratado de medicina cardiovascular. 10ª ed. São Paulo: roca, 2017. v.1 e v.2. 

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